Não sabemos exatamente porque, mas o HPV é um fator necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento do câncer. Isto quer dizer que praticamente não existe câncer do colo uterino sem HPV, mas ele, isoladamente, não consegue causar esta doença. Até onde sabemos, é necessária a presença de outros fatores, dentre os quais o mais importante é a deficiência imunológica. Isto está bem documento pelo fato de pessoas que têm o HIV ou em uso de imunossupressores (p. ex.: transplantados, portadores de doenças auto-imunes) desenvolverem lesões pelo HPV mais freqüentemente e, quando presentes, estas lesões parecem ter uma evolução mais rápida, maior chance de progressão e de recorrência após tratamentos. Todavia, não há, até o momento, qualquer forma de estimular a imunidade especificamente contra o HPV e estudos que buscaram testar tratamentos que tinham este objetivo falharam em mostrar qualquer efeito. Outros fatores podem agir em conjunto com o HPV ou contribuÃrem de forma isolada. É o caso do fumo, que contém substâncias carcinogênicas que podem ser encontradas no colo uterino. Outros fatores podem estar relacionados a hormônios, pois estudos in vitro (em laboratório) mostram que células infectadas pelo HPV, quando expostas a alguns hormônios como os encontrados em pÃlulas anticoncepcionais, tendem a se reproduzir mais rapidamente. Todavia, quando estudamos estes fatores em pessoas (e não em placas de vidro em laboratório), todos perdem importância para o HPV. Assim, não existe consenso para recomendar evitar o uso de anticoncepcionais ou o tabagismo para quem tem HPV com o objetivo de evitar progressão de doença ou acelerar sua regressão. No caso dos fumantes, a recomendação de cessação desta prática deve objetivar a prevenção de doenças cardiovasculares e respiratórias. |