A peniscopia é o exame do pênis, bolsa escrotal e região perianal do homem utilizando um colposcópio (vide “O que é a colposcopia?”) ou uma lente de aumento e após a aplicação de uma substância reagente. Neste exame podem ser observadas lesões muito pequenas, chamadas de subclínicas por não serem perceptíveis a olho nu e não apresentarem sintomas. Muitas destas alterações microscópicas podem ser causadas pelo HPV, mas freqüentemente deixa dúvidas e, para confirmação, são necessárias biópsias. As lesões subclínicas relacionadas ao HPV, mesmo confirmadas, freqüentemente não precisam de tratamento. Teoricamente podem ser destruídas uma-a-uma sob visão microscópica, o que levaria muito tempo e implicaria em alto custo, pois freqüentemente são múltiplas. Todavia, não conhecemos a eficácia deste tratamento em prevenir futuro desenvolvimento de condilomas ou novos contágios. Ou seja, não há utilidade comprovada. A exceção seria para as neoplasias intra-epiteliais do pênis, cuja probabilidade de progressão para o câncer não é bem conhecida, mas, por analogia ao colo uterino, têm sido tratadas de forma destrutiva ou retiradas. Felizmente são lesões muito infreqüentes. Quanto às demais lesões, as visíveis, não necessitam da peniscopia para seu diagnóstico. O próprio paciente pode observa-las e um exame médico cuidadoso pode fazer o diagnóstico e iniciar o tratamento. Um problema é que, em algumas situações, após fazer a peniscopia e não serem detectadas lesões, o homem pode acreditar-se não portador do HPV, o que pode ser um erro. O mesmo se aplica a resultados negativos de biópsias ou de testes para detecção do HPV: a biópsia pode ter sido realizada de uma lesão duvidosa que pode ser erroneamente interpretada pelo patologista como não relacionada ao HPV e os testes de HPV são freqüentemente realizados de material de uretra, onde as lesões pelo HPV são muito menos freqüentes. Ou seja, a inexistência de lesões, mesmo as microscópicas, ou biópsias e testes de detecção do HPV negativos não garantem que o paciente nunca tenha tido lesão ou contato com o HPV e esta má interpretação pode trazer sérias complicações para a relação conjugal. A abordagem do parceiro masculino pode ser vantajosa para ele próprio, na medida em que descarta lesões que podem passar despercebidas, mas peniscopia não é imprescindível, já que as lesões relevantes são visíveis a olho nu. Também pode ser interessante se, nesta abordagem, forem passadas informações sobre o HPV e sobre a prevenção de outras doenças sexualmente transmissíveis. |